Mais uma decapitação
Mais uma decapitação… Mais um infeliz que não viu que cortou a sua própria cabeça... Pobre humanidade que vive refém da ficção da separação entre o eu e o outro, entre “nós” e “eles” e que acha que somos sempre os bons e os outros os maus… E pobres de todos nós, que repudiamos isto muito indignados e horrorizados mas alimentamos constantemente esta mesma ficção, dividindo tudo em amigos e inimigos, apoiantes e adversários, seres a proteger e seres a abater, como os animais, sobre os quais legalmente se cometem todos os horrores. Condenamos o terrorismo, mas não vemos que ele se enraíza potencialmente em cada uma das nossas mentes dualistas e discriminatórias. Sim, pois de onde vem todo o terror que há neste mundo senão desta mente que se vê separada e desconectada de tudo e todos à sua volta e que acha que há sempre um outro que é legítimo violentar, seja humano, animal ou natureza? Não sejamos pois hipócritas ao condenar o terrorismo sem ver que a raiz de todo o terror está bem presente em cada um de nós! Esta imagem é bem o espelho de quem somos, carrascos-vítimas, tristes marionetas da mente dualista!