Passado
Quem sabe se daqui a dez vidas não vou te encontrar,
quem sabe se o mesmo sorriso vai brotar
ou até se a chama apagada volte a queimar.
Mas não adianta, o passado é obstinado, ele não quer mudar.
Quem sabe aquele ombro amigo,
que era refúgio quando vinha o perigo
pode ser agora um sepulcro caiado,
bonito por fora, mas por dentro encarniçado.
Ou talvez seja a mudança.
Ah! A mudança!
Comportamento estranho,
travestido de esperança.
Pintar o outro como imaginamos,
sem pensar, que mesmo ao passar
dos dias e dos anos,
não adianta esperar.
Pois lembre-se,
o passado é obstinado,
ele não quer mudar.