Distância...
Em pé diante da janela quebrada, observo a chuva cair gentilmente, lavando toda a sujeira de vários dias, limpando o pó que o tempo deixa a cada sibilar dos ventos e brisas que nos beijam todos os dias, todas as noites. Em pé diante da janela meus olhos marejados assistem você se distanciar, lentamente, sem olhar para trás... como é vazio e frio este espaço que aumenta entre nossos corpos, como é libertador essa sensação de Adeus que me consome pouco a pouco, enquanto no mesmo ritmo sinto a tristeza de estar sozinha. Mais uma vez me despeço de alguém que leva consigo um pedaço do meu coração, mais promessas quebradas, mais palavras lançadas ao vento e perdidas...carregadas pela chuva que a tudo limpa.
Desço as escadas e me jogo de corpo e alma na rua molhada, sinto o frescor das gotas de água tocando minha pele, meu rosto... o vento acariciando meu cabelo, umedecendo-o com as gotas de água que caem, então olho para o alto, e faço uma oração e juro a mim mesma que eu me limparei esta noite de toda angústia e já não mais olharei para o que passou e que de hoje em diante serei uma nova pessoa, renovada, amadurecida e com os pés mais firmes na realidade. Jamais permitirei novamente ser ludibriada por lindas palavras e falsas promessas.
A felicidade nada mais é que um fragmento de tempo em que a euforia da alegria nos domina e então... ela se vai, deixando em seguida a sensação de querer mais!
Um dia amadurecemos,
Um dia removemos as pedras do caminho ou simplesmente desviamo-nos delas,
Um dia poderemos sentir a sensação de sermos livres,
Um dia poderemos acreditar,
Um dia...