Insana lucidez.

A embriaguez confundida.

Um estúpido copo de sossego.

A chuva de lembranças faz os pingos densos tocarem a janela da alma.

Uma parte que se desdobra como um origami.

Todas as palavras ouvidas na madrugada.

Um estágio qualquer em que a mente adormece.

-Você grita comigo e eu não posso responder!

Luz branca que ofusca a escuridão contida.

Restos da morte, nos rastros perdidos.

Passado ludibriado.

Algia de outrora.

Sorrisos entre olhos chorosos.

Extasiada até o âmago.

Algo que lhe condena.

Subitamente culpada!

Algo perdido toma conta da sã consciência.

- Você grita comigo e eu não quero responder!

Ela acreditou e suas crenças foram estupradas.

Tudo fora embora.

Cinzas coloridas encheram-lhe a boca e os ouvidos.

Uma aberração presa num colar de pérolas.

Falsas ideologias.

-Grite comigo, por favor!

Respiração ofegante.

Entre os dentes aquela camisa cheirando a pele excitada.

Um jogo de mãos e pernas.

Uma maldita sintonia de unhas, dedos e línguas.

O fogo queimando sem gastar combustível.

Erosão de sensações. Múltiplas.

Compulsivas.

- Lascívia!

Sonho ultrajante.

Voluptuosa vontade de morrer de amores.

Suor e sexo, inalados como uma droga.

Anjos e demônios seminus exalando a tentação.

-Olá, você não pode me controlar!

(...)

E dentro de nós, ela manipula o tempo. Incessantemente!

Taie
Enviado por Taie em 25/08/2014
Código do texto: T4937088
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