A SOLUÇAO É UMA BOMBA

A SOLUÇÃO É UMA BOMBA

Joga uma bomba neles e explode esses pestes...

Foram as palavras proferidas pela colega de cadeira acadêmica

Assistindo a um vídeo que tratava das questões da criança e adolescente

Diga- se de passagem, uma coleguinha loira de ancestralidade européia

Desconhecedora das causas e princípios que levaram aquelas crianças àquela triste realidade

Indignava- me ao mesmo tempo em que provocava em mim intensa reflexão

Se nosso sistema era punitivo, preconceituoso altamente racista e centralizador

A quem fora causado de fato real dor?

De quem foi cerceado de fato o direito de acessibilidade?

Por quem foi anulada a condição de igualdade em direitos?

Mal sabia minha desprovida de consciência e senso humanitário colega de classe

Quem de fato eram algozes daquela situação

Não entendia que aqueles menores que ela desejava explodir

Eram parte de um jogo invertido

Onde tudo e ao mesmo tempo nada fazia sentido

Os meus ouvidos traziam comentários que me entristeciam a alma

E no transcorrer do vídeo eu apenas pensava:

Puta que pariu será que não se percebe a necessidade dessa meninada?

Vidros fechados e desejos de extermínio seriam de fato alternativas avaliar-se?

Filhos do sistema sim eram alguns membros daquela classe

Faltava-lhe tudo inclusive o respeito

Mas certamente seus papais e mamães eram desses sistema mentores

Quando não segregadores incorporados

À medida que o tempo passava minha consciência agregava-se a minha indignação

Eu só pensava quem de fato era ladrão

O pai de família em condição análoga de desespero ou empresário sonegador de impostos permissivos de investimento nos desassistidos?

O vapor do bairro periférico ou o barão do trafico morador de bairros nobres em sua maioria?

Talvez tramitar pelas questões de ordem educacional que muitos apontam como saída da questão seja mais amplo do que visualizamos a olhos inconscientes...

O direito a mesma se esbarra na disparidade social

Onde pessoas do perfil da minha preconceituosa colega acordam durante a infância com presentinhos ao lado da cama enquanto outras crianças apanham até desfalecimento temporário.

E na adolescência tem um quotidiano bem feliz:

Academia, escolas particulares e agora os tablets de acesso a internet para nem o peso de um caderno carregar

Os nossos, ou melhor, dizendo os meus tem dificuldades primarias

E nas inclassificáveis escolas publicas buscam alimento e não educação,

Os almejados pesados cadernos confrontam-se com a possibilidade de uso de fuzis

Subsistência e constatação da continuidade do escravismo porque salvo regras de exceção

Esses negrinhos serão os porteiros e serventes dos prédios dos meus nobres coleguinhas

Loirinhos e loirinhas...

Todos que quando infratores com suas desprezíveis posturas camufladas pelo poder econômico de famílias

Muitas vezes falidas que sustentam a nobreza do titulo do sobrenome de procedência escravocrata

Onde tataravôs foram senhores de engenhos e cruéis juízes dos que nunca pediram para sequer vir para o pais chamado Brasil

Desconhecem também que a formação colonial dó pais foi construída com a escoria do seu povo branco

Mediante que fora despejado a meio milênio atrás em terras brasileiras;

As prostitutas, os ladrões os mercadores de ópio hoje chamados de traficantes e todo o tipo de meliante pela superlotação dos espaços carcerários de ancestralidade européia

Os verdadeiros marginais aqui tentaram com os índios e sob eles o banzo se abateu

Voltaram-se sobre os negros e estes resistiram e até hoje resistem

E posturas como a de hoje de fato me deixam imensurávelmente triste

mazelas...

Sergio Badbah
Enviado por Sergio Badbah em 25/08/2014
Código do texto: T4935808
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