Acerca das Gírias e dos Palavrões
Quando estou em um espaço público qualquer, às vezes me deparo com pessoas que utilizam as gírias e os palavrões de uma forma intensa. A juventude adora esses instrumentos da língua portuguesa. Alguns estudiosos do assunto afirmam que isso ocorre porque é uma fase da vida onde o indivíduo deseja uma auto-afirmação no grupo o qual está inserido. E, portanto, um palavrão e uma gíria impõem algum tipo de respeito perante os outros componentes do seu círculo social. Observa-se também que o uso desses termos varia de acordo com a classe social e cultural o qual a pessoa está estabelecida. De acordo com o aumento da cultura e da renda financeira do cidadão, o uso do palavrão e da gíria diminui progressivamente. Além disso, as rígidas regras morais das religiões também contribuem bastante na redução do uso desses elementos da expressão popular.
Pessoalmente, acredito que esses termos têm um valor acessório na expressão de uma língua e que, certamente, podem ser extintos sem prejuízo na troca de informações entre as pessoas. No entanto, como todos os países democráticos autorizam e promovem a liberdade de expressão para o seu povo, seria algo injusto a supressão desse direito individual. Olhando por outro lado, é inegável a criatividade desses termos e o conseqüente enriquecimento das línguas nacionais. E, nesse sentido, diariamente surgem novos palavrões e gírias que oxigenam a linguagem popular, alguns deles são engraçados, ou exóticos, e outros nem tanto assim. Enfim, a gíria e o palavrão estão aí, nas nossas ruas, disponíveis para qualquer pessoa que sabe falar, e até mesmo para os deficientes auditivos que usam o sistema LIBRAS. E o uso é algo corriqueiro, e aceitável, em quase todas as nações que se espalham pelo planeta Terra.