Se não entendes
Se só entendes as línguas dos humanos és um analfabeto. Se não entendes o voo da águia, o rugido do leão, o silvo da serpente, o miar do gato, o ladrar do cão, o canto das cigarras, se não entendes o silêncio da montanha e do deserto, o rumor das florestas e o bramido do oceano, se não entendes o brilho do sol e da lua e o lento brotar das ervinhas no asfalto, és um bárbaro. Podes até ser um catedrático, mas jamais passarás de um diplomado em ignorância. Desperta. Apura o ser e o ouvido. Esquece a tua língua e entra no grande diálogo. Talvez então conheças o teu verdadeiro e sagrado nome. Aquele que sem o saber todas as coisas pronunciam. Aquele que todo o universo proclama. Aquele que não conhece nascer nem morrer.