DO SAGRADO

 

 
          Muitas vezes me penso, me sinto e me imagino como um ser descrente, descrente do Sagrado. A questão é que muito do que escrevo contraria isso, pelo modo como a nostalgia, ou a necessidade e até, em alguns momentos, a presença do Sentimento Sagrado se dá em meus textos. Nunca um Sagrado de cânones claros, de ortodoxia evidente, embora eu respeite todas e cada uma.  Não. Seja como for, Ele, o Sentimento do Sagrado, às vezes emerge dos meus textos sem que eu me dê conta (disso me ficou claro experiência recentíssima). Aí, estas presentes reflexões lembram-me meu antigo companheiro, sempre com a postura de um agnóstico, mas, simultaneamente,  com apreço tão fundo pelo Sufismo (ramificação mística do Islamismo, salvo engano conceitual, aqui, de minha parte)  que só  posso  considerá-lo um místico. Talvez também eu, a meu modo o seja, por mais que me veja tantas vezes como um ser descrente do Sagrado. Aproveito o ensejo para saudar, sem dizer-lhe o nome, o homem ímpar, aquele que foi meu companheiro. A ele, sobrevivente a fundas tragédias pessoais, todas as bênçãos dos Planos Superiores, independente do Nome que se queira dar a esses Planos. Para ele peço e rogo todas as Bênçãos.