ESCRITA INVISÍVEL



 
     No dia de hoje sonho com uma escrita invisível... uma invisível pena a traçar palavras invisíveis... não, claro, para os meus amigos do Recanto... não para os meus amigos... não para os que realmente me amem...os que me tocam com essa coisa chamada respeito, essa coisa tão valiosa quanto o amor... em certos casos mais valiosa... bem mais...
     No dia de hoje desejo-me uma escrita invisível, não para vocês, seres especiais que me respeitam no que sou, no que tento ainda... ser... ainda... eu com essa consciência tão funda dos porquês, dos durantes, das tantas implicações de tudo, das teorias sobre, das atitudes que deveriam ser, que precisariam ser, da mais funda impotência também... Eu, nessa escrita quase invisível só para que eu ainda me possa dizer... o mínimo ainda... do que fica (para não dizer do que  ficou) de mim... enquanto não me volta algo parecido com poesia, enquanto só existe esta escrita que é nada... que é mesmo quase coisa nenhuma... Essa coisa que se expõe à pena de existir... e à pena de quem a lê, sempre muito e deveras solidariamente...