Devaneios
Um pensamento puxa outro e assim vai o devaneio. Tantas coisas para se entreter dentre as milhões de oportunidades à agarrar. Quando tudo está tão próximo e a oportunidade se encontra em cada ocaso, em cada instante, e mesmo assim, parece que me cortaram as asas da imaginação e percebi que estou à deriva dos meus pensamentos.
Acordei com a sensação de que eles me arrastam para dentro de mim e que fico lá escondido, com medo e receio de acreditar em coisa qualquer.
Penso, logo, só penso.
O meu livre-arbítrio é arrastado pela minha incapacidade de parar de pensar. Sonhos são momentos bons, pois neles, posso ter coragem de ser o que realmente quero ser. É a manifestação da minha ideia de felicidade, ou, simplesmente a única maneira de encarar a minha realidade.
Esses dias me peguei pensando em coisa qualquer que não quis dizer nada e não me levou à nada e alguns dias depois, fiquei me odiando por ser assim.
O corpo que me deram eu tenho que aturar. Terei de levar o meu rosto para o resto da vida.
Queria eu, ser uma criança com um olhar inocente. Ou um velho com um de sabedoria.
Queria sentir frio como um mendigo, sem nada o que comer e sem o que me cobrir ou um rico com muita ostentação, um nascente em berço de ouro.
Queria saber roubar como um ladrão ou abençoar/bendizer como um "deus" qualquer.
Queria sentir a dor e ter morrido no lugar da minha querida vó ou ainda tirar as dores de todos que não tem culpa de sentir dor.
Ter ido para o inferno ou para o céu para voltar e contar aos meus como são estes lugares!
Queria ser a morte ou o tempo que nunca morrem ou acabam. Poder ser a morte mesmo, para levar os bons desta vida e para deixar padecer os traidores e os de coração maldito.
Queria ser qualquer coisa em qualquer hora, várias coisas em várias horas ou coisa alguma.