O Frio da Alma!
O Frio da Alma!
Os sentimentos rasgam, rompem, destroem as entranhas do ser. A angústia criada por mim mesmo, os medos e anseios. Mais um cigarro aceso para ferir meus pulmões e inundar meu sangue com a suja nicotina. Mas também os sentimentos não têm nicotina e ferem mais a alma do que ela fere os pulmões. Desnudo-me com os pensamentos cheios de sentimentos e sensações. Estou com frio, um frio absurdo na alma e não existe cobertor para esquentá-la. Essa revolta me desassossega e contradiz minhas vontades, deixando-me nesse torpor de sentimentos, depressivo, eu diria, mas isso para quem sabe o que é. O coração bate mas não me importa se não o sinto mais, pois o coração não é o mais importante. Essa dor que sinto não é dor de coração. É dor da alma, inexplicável, latente, forte, incomensurável. Quero arrancá-la. Será que é possível tirarmos a alma de dentro de nós?. Acho que não! Sinto-a me responder! Carrego-a como um fardo pesado, suja com lodo fétido que eu mesmo criei. Não posso mais reclamar, pois eu a criei desta forma e vou carregá-la em mim, dentro de mim, como castigo pelos erros cometidos. Mas, por outro lado, não posso me responsabilizar por todos os erros, não os causei sozinho, não os provoquei por vontade própria. Foi ao longo dos caminhos que trilhei, dos pensamentos que vivi, dos fantasmas que criei. Não tive culpa, eles apareceram de mansinho, como quem não quer nada e foram ficando, tomando conta de tudo.....
Sávio Henrique Pagliusi Lima - 12/08/2014