Escrever ou não escrever???
O desafio de falar sobre a era virtual para quem escreve é grande. Há muitos prós e contras para serem levados em conta e às vezes não é muito bom pensar nisso por essas perspectivas. Claro que pelo lado positivo temos o fato de que a internet trouxe muito maior acessibilidade a livros e obras literárias, principalmente com o advento dos e-books e dos sites de poesias e textos literários.
Por outro lado, vemos crescer dia após dia a quantidade de pseudo poetas que escrevem textos repletos de erros gramaticais, concordância, dizem que isso é permissividade poética e chamam seus textos de poesias ou prosas. Claro que não existe faculdade de poeta ou escritor mas é necessário que haja pelo menos bom senso no escrever. Com isso, vemos aumentar também o plágio e a falta de preocupação em dar o devido crédito ao autor de um texto que vemos publicado ou divulgado via e-mail. Isso quando não dão o crédito equivocamente ou de forma mal intencionada mesmo. Jabor nunca escreveu tanto em sua vida textos dos quais nunca tomou conhecimento. Távola teve uma crônica maravilhosa que por muitos anos foi creditada ao não menos fantástico Drummond. Victor Hugo é questionado até hoje com seu Desejo mas ninguém conseguiu me provar irrefutavelmente que o poema não é dele. Crônica de Amor do Freire até hoje é creditada ao Jabor e até mesmo à Martha Medeiros. E até textos de desconhecidos são creditados a autores famosos apenas para ganhar notoriedade na rede quando deveriam ser postados com o verdadeiro nome do autor.
Enfim, a era digital é controversa e problemática mas eu quero acreditar que ela popularizou a literatura e tornou tudo mais fácil. Quero crer também que os contras são menores do que os prós (nem vou parar pra mensurar um e outro, vou deixar por conta da minha esperança e otimismo) e que um dia as pessoas terão mais amor pela língua que falamos, a ponto de se importarem em escrever corretamente, sem vícios de internet e que esse amor se estenda pelo país inteiro para que possamos ser um país muito melhor do que somos hoje. Tudo começa com amor, seja ele por nós mesmo ou pela pátria que nos acolheu, seja no nascimento, seja na tenra ou mesmo na meia idade. E esse amor deverá ser a mola propulsora para que escritores como nós, que colocamos a alma em nossos escritos (ouso chamar os meus de rabiscos) possamos levar o nosso amor a mais leitores através do mundo digital.
uma tarde fria de julho de 2012