UM TIPO DE MULHER

Há mulheres que são fêmeas para parir, mas são menos fêmeas para amar. Alimentam-se de sonhos, gostam das melodias, levam a vida cantando e dançando e tem sabedoria para dançar conforme a música.

Não são afeitas às tragédias e na maioria do tempo, são suaves e alegres.

Seus prazeres são naturais. Doam seu corpo e seu sexo, porque amam

profundamente e querem ver seus homens felizes e satisfeitos. Não são as mulheres de Atenas - aquelas da Grécia antiga - devido ao próprio respeito e grande auto estima que conservam.

Como são mães, dão colo e carinho, cercam de cuidados seus meninos. Quando eles crescem e começam a voar, distanciando-se do ninho, exercitam o desapego e permanecem firmes, rezando e torcendo, para que tenham boa sorte nos caminhos.

Não são nem antigas, nem modernas. Sentem prazer na rotina dos pratos que elaboram. Cuidam de suas casas com esmero. Gostam de prosaicos programas de TV, apreciam também as abstrações à beira mar, tem medos mas encaram as turbulências das viagens de avião.

São sociáveis e se dão bem em reuniões gastronômicas, festas e clubes, deixando suas marcas de simplicidade e autenticidade por onde passam.

Ainda assim, é bom que se diga, estão longe da perfeição. Sentem ciúmes, tem suas dores e crises existenciais, mas não criam dramas nos desafios da vida. Ao contrário, tem luz suficiente, para virar suas páginas rapidamente e seguirem sempre em frente, encantando as pessoas que delas se aproximem.

Eu tenho uma mulher assim. Ela faz-me feliz, porque quanto mais o tempo passa, sinto a incondicionalidade desse amor puro, verdadeiro e sem fim.