Covardia para amar
Promovemos o medo de deixar alguém mergulhar em nossa vida. Em regra, devido a dores do passado, preferimos alimentar relacionamentos superficiais, vazios, opacos, como uma espécie de auto-defesa sob a tentativa de não nos machucarmos novamente, afastando, com isso, a emoção que poderia se transformar num sentimento leal, genuíno e verdadeiro. É o famoso "ficar", que tanto conhecemos.
Mas isso não nos cabe mais. O trecho do sertanejo "copo sempre cheio e coração vazio" reflete a inércia de uma geração covarde, que sequer se dá ao direito de (tentar) ser feliz.
Relembrando o poeta Khalil Gibran: "Quando o amor o chamar, siga-o, ainda que suas formas sejam duras e íngremes; e quando suas asas o abraçar, renda-se a ele, embora a espada escondida dentro de suas penas possam o ferir. E quando ele o falar, acredite, ainda que sua voz possa despedaçar os seus sonhos, como o vento frio do norte devasta o jardim florido. Porque além de o coroar, ele também o crucifica.
Para além de seu crescimento, ele também existe para a sua purificação".
Ame, pois a vida informa: a falta de coragem causa a perda de momentos incríveis.