Dever de um Soberano
Com a brisa suave tocando o rosto,
Levantei-me sobre a relva verde, e - não, não era macia. Pinicava.
Limpei a traseira com leves tapas e comecei a caminhar.
O cheiro de flores do campo coloridas e alfazemas preencheram minhas narinas quando puxei uma inspiração longa e profunda.
Inclinei a cabeça pra trás sentindo o sol aquecer meu rosto.
O barulho de pássaros cantando cortou o céu. O vento brincava de despetalar algumas flores. Ouvi a voz de alguém me chamando ao longe.
Virei em direção ao chamado. O castelo ficava atrás da colina.
Suas imensas torres se faziam ser vistas mesmo daqui. As bandeiras flamulantes, no entanto, não. As paredes gastas adquiriram uma tonalidade marrom com vermelho desbotado depois de tantos anos.
Imaginei o monte de pessoas dentro do castelo. E fora dele.
Dependiam de nós. E acreditavam em nós.
Não era hora de relaxar. Não mais.
O empregado com suas roupas fedidas e tecido fino me alcançou.
"Já é hora." - avisou, depois de uma reverência.
Entregou-me minha espada pesada de lâmina longa. Assenti.
Erguendo a mesma paralelamente ao sol, cobri a metade dele.
O metal brilhou na parte de cima em toda a sua extensão.
Sorri. Era um sorriso triste, mas confiante.
"Sim, é hora." - confirmei.
Tinha chegado a achar que aqui era a minha paz. Descobri que não.
Paz era manter-se sereno mesmo em tempos de turbulência.
E lutar para manter a serenidade de todos os outros.
Por isso, eu partia.
Deixando a bela colina para trás, fui lutar pelo meu povo.
Era essa o dever de todo soberano.