Neide apresenta Nádia
A Nádia é uma chata. Muito racional, sabe. Ela diz que tem uma parte dela que é mais “liberta”. Humpf! Tô pra ver! Já falei que ela é chata? Pois é. Analisa tudo. Às vezes parece que se acha intelectual. Não, sua baixa auto-estima não permitiria. Mas ela fica toda contente quando algum conhecido a julga assim. Enganam-se. Ela nem lê tanto. Fala sobre tudo, mas tira as informações da TV e do que os outros dizem. Depois nem sabe quem falou o quê e onde. E ainda me chama de fútil.
Se diz paciente. Para mim é uma mosca morta, acomodada como vó em cadeira de balanço. Prefere não brigar para poupar o trabalho e não pela paz em si. Mas trabalho, aquele mecânico e repetitivo até que ela gosta de fazer. Sei lá, ela se acha útil assim. E a tal religiosidade dela... Não aplica nada em sua vida, vai lá, escuta tudo, às vezes até anota, mas mudar sua rotina tô pra ver. Acho que ela vai para estes lugares para ter certeza das coisas que ela pensa. Sim, porque é tanto que pensa (e pouco que faz) que parece já ter resposta pra tudo! Diz que quer namorar, conhecer bem as pessoas que encontra, mas é toda distante, por estar sempre preocupada com os pensamentos alheios. Neurose pura ficar imaginando o que os outros pensam e querem dela o tempo todo. Capaz de ela acreditar naquele papo de “ser usada” e tal. Maçante. Chega né? Analisar é com a Nádia. Faltou dizer o que ela come né? (Nádia usaria a frase: diga-me o que comes que te direi quem és, mas não saberia quem a falou). Ela gosta muito de pão com manteiga. Simples assim. Qualquer tipo de pão. E leite com Nescau para acompanhar. Feijão também curte. Que eu me lembre é isso.