Das essencialidades (19)
...não queria te dizer pai, mas, o mundo não tem mais livros que cheiram, penais de madeira, agora as palavras não se sabe se existem, são mendigas, moram debaixo das pontes, vivem nos prostíbulos, nos guetos das cidades disputando pedras de felicidade eterna, ou nos quartos insólitos diante de botões que não são de flores e os sonhos são só fumaça, as pessoas não tem mais corpo, vivem pelos fios pensando escutar-se, não cabe mais gente nas cidades, se empilham em viveiros de concreto, repetem maquinalmente eu te amo a cada segundo , elas não tem asas para voar e quando ousam, pesa o concreto...