Que tansa fui até "acordar" para descobrir e contar que meus anos para frente diminuiram como as  jabuticabas na bacia  da menina do conto de Rubem Alves, que semana passada se foi...Agora aqui estou , refletindo  a resolver como quero roê-las, se  der tempo  para  chegar ao coroço... sei lá!

Tenho percebido faz tempo, a dificuldade de  despojar-me dos condicionamentos para viver a  simplicidade,de gostar de fazer  coisas triviais e corriqueiras do dia a dia, afinal fui treinada para pensar sempre em modelos e focos externos de sucesso e satisfação, altas metas, pois quanto mais melhor... crenças esteriotipadas para manipulação mental...

Fui adestrada pela educação e sociedade para achar que a grama do vozinho é  mais verde e mais bonita,despertando competitividade e inveja do outro que passa a ser meu adversário e quanto mais eu o  julgo melhor mais me diminuo, tornando-me refém da angustia e carencia, numa tremenda e interminável insatisfação que me levava a consumir cada vez mais, alimentando o sistema.

Assim vivi por muito tempo, espinho na carne me consumindo,  completamente distante  do meu espaço interior, uma apatrida dentro de mim, alheia a riqueza e beleza do ser que sou, luz e felicidade em si mesmo, o tudo no todo, unidade e amor, alma minha!

Agora  percebo que minha caminhada ao meu encontro nesta busca e andança pelo  autoconhecimento não acaba nunca..

Vou Rumo aos sessenta... pertinho pertinho, cada dia mais perto, e isto não me assusta, pelo contrario, me dá uma leve excitação e alegria curiosa quase infantil por estar tão perto de romper mais um ciclo... enquanto as jabuticabas não terminam...
Mariangela Barreto
Enviado por Mariangela Barreto em 29/07/2014
Código do texto: T4901998
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.