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Há pessoas que encaixotam suas emoções e as enterram. Elas são avessas a emoções. E, se são avessas às próprias, por que se importariam com as dos próximo, não é mesmo? Essas pessoas são como pontes de ferro velhas, balançantes, descascadas e enferrujadas. Serviram um dia indiferente a quem as usava para passar de um lado para outro; indiferentes aos veículos, raios e estrelas acima delas ou a papel de balas jogados por crianças por ali, como se fossem flores. Afinal de contas, imaginam as pontes... passem quem quiser, chova, faça sol, sou uma ponte, só sirvo para favorecer passagens. Favorecer, palavra usada por pessoas que chamam a tudo de “favor”.Essas pessoas emocionalmente empedradas não sabem o valor de uma alegria, não dão nem recebem abraços, possuem olhos frios , olhantes para o “prefiro assim” e expressões cimentadas pela argamassa da indiferença, lábios autocolantes nas celas das prisões do “é proibido falar”.
Felizmente existem pessoas que matracam e abrem as gaiolas estonteantes de sua emocionada e gratificante vida para muitos e assim, soltarão seus nódulos traumáticos como botões de algodão pelo vale e voarão livres como atobás de popa a proa do Navio Universal.
Estarão disponíveis e grandemente seguras para , armazenarem mais e mais emoções, mesmo porque tristes ou alegres elas nos foram presenteadas para que a dualidade riso e choro fosse exercida naturalmente.
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