VITROLA E APOSENTADORIA
"A simplicidade me inspira. Hoje uma das coisas que me deixa FELIZ é poder ligar minha vitrola e ouvir uma bela música". Assim diz por ai um certo jovem escritor umuaramense.
De fato, as fases passam, os sonhos se realizam e que nos deixa mais felizes são as PEQUENAS AÇÕES. Como ouvir canções na vitrola, ir ao parque, andar de bicicleta, comer pão de queijo pela manhã, ir na casa da avó, mãe e amigos. Não precisamos esperar pela APOSENTADORIA para curtir a vida. Podemos curti-la bem antes, basta olhar para os atos simples.
Infelizmente por uma questão histórica, educacional, cultural primordialmente oriunda do ocidente, o cidadão brasileiro não é ensinado a contemplar o por do sol, a flor que desabrocha, os lírios do campo, o orvalho, a chuva torrencial e muito menos as árvores e as folhas e até mesmo aquela vitrola muitas vezes considerada como ultrapassada e remota.
Devido a uma mensagem explícita e implícita desde a tenra infância, esse humano brasileiro ocidental é condicionado a buscar sua felicidade em bens materiais, status, dinheiro e quando este, realiza-se nesse âmbito, percebe que a vida ainda precisa de um sentido mais profundo e que essa magnitude provém das ações simples.
A simplicidade de almoçar com a pessoa amada, tomar banho de chuva, aquele cafezinho passado na hora, o bolo da vovó, o lago Aratimbó, a ciclovia, o cinema, o frio de 4 graus, o calor escaldante ou até mesmo buscar nos palácios da memória lembranças boas ao ouvir uma linda canção na vitrola.
Entre um café e outro, há comentários como: "não vejo a hora de me aposentar para curtir a vida".
Curtir a vida é um ato de simplicidade e quem o conhece, não ilude-se em aposentar-se para tal proveito, simples de se viver e difícil de compreender devido uma historicidade de costumes que ainda cerceiam e cegam os protagonistas da vida como:
Eles
Vós
Nós
Ele
Tu
Eu
E a vitrola?
Muitos ainda esperam aposentar-se para usá-la e experimentar as preciosidades que a simplicidade oferece na vida desde as fases da infância, adolescência, adulto e velhice.
Alexandro Salgado.