A Festa. Ugo Giorgetti.
Para a burguesia tudo é uma festa. Não é ela que espera na fila, não é ela que espera ser compensada com migalhas, não é ela que espera ser chamada para receber alguns trocados, não é ela que espera a sobra como sendo o almoço e a janta, não é ela que passa frio; Não presta atenção em nada que não diga respeito aos seus prazeres carnais e festivos, de suas risadas soltas, leves e despreocupadas com suas futilidades. Apresenta seus medos e repugnâncias sempre em relação àqueles que não se assemelham ao seu estilos de vida ou que não possuem uma conta bancária idêntica.
Enquanto uns trabalham outros se divertem, e acrescentaria: à custa de quem esses se divertem? Os trabalhadores aparecem como coadjuvantes, embora estruturem a sociedade para que outros a usufruam, ficam disponíveis apenas aos gostos e caprichos dos ricos. A circulação que não pode parar é a do dinheiro, embora seja o trabalhador que não pára de circular. O trabalhador fica sendo um detalhe desimportante.
Tocador de gaita: “Eu não toquei, você não jogou. O que eles queriam?”