Dom da Escrita

Queria ter o dom da escrita, mas não tenho. Queria poder brincar com as palavras, faze-las dançar na mente de quem lê. Queria que minhas palavras tocassem com tanta leveza o leitor que ele nem percebesse que estaria lendo, e sim revelando pensamentos que fizera parte dele. Queria poder aflorar nas pessoas o gosto pela leitura e talvez até pela escrita. Queria que ao lessem algo escrito por mim, viajassem, saboreassem o sabor que minhas palavras provocassem. Gostaria de poder sempre saber quais palavras usar e não me atrapalhar toda na hora de tentar falar ou escrever algo. Talvez, isso não seja uma falha, e sim um pequeno vislumbre da minha personalidade simples e prática. Afinal, quer coisa mais bela que a simplicidade? Atos simples são os que marcam, momentos simples são os que mais gostamos de recordar, pra que complicar se podemos simplificar? E cá estou eu me perdendo nas palavras novamente, e quer saber? Adoro me perder nas palavras, como vou descobrir um caminho novo sem me perder? Sem me desviar do caminho habitual? A simplicidade é isso, é o inesperado, o nada convencional, o que simplesmente vem, o que deixamos acontecer, é quando paramos de nos preocupar e procurar, acontece, acontece e lá estamos com um sorriso e um brilho no olhar ao nos lembrar disso.