Aprendendo a ser grande (lembrança)

Coisa de ano atrás. Almoço de domingo em família, ok! Tudo normal! De panças já cheias amassando o sofá, eis que minha pequenina (e geniosa pra dedéu) sobrinha solta um “maiê faiz uma iscova nu meu cabêelo!”. Perguntamos o porquê daquilo e sem titubear, na lata respondeu “quero ele liso igual o da minha amiga da iscola”. Pronto! Caretas dum lado, suspiros noutro, nos olhamos com caretas disfarçadas uns pros outros. A mãe foi quem fez as vezes de tal, e questionou a criança, que então com um ar de inocente estranheza, de quem se incomodou mesmo ainda sem saber o porquê, desabafou “A minha amiga disse que meu cabelo é diferente por que é todo enroladinho e pra cima”. E meu coraçãozinho apertou junto com as mãozinhas que se elevaram a cima da sua pequena e confusa cabeça. Eu, e os meus, em nossos preceitos convictos, já meio fulos (por não trocar, assim, consoantes) conhecendo o gênio da menina e esperando por nossos próprios reflexos negativos naquele serzinho que julgamos “moldar”, maliciosamente indagamos “mas eaí, o que você respondeu pra ela?” ......... “ué, eu disse que o dela era bonito”

p.s.: tudo certo, conversamos, explicamos e a criança e seu lindo cabelo enroladinho, estão a salvo.

&lis*

22/07/14

Elis Maria
Enviado por Elis Maria em 23/07/2014
Código do texto: T4892719
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