Sobre a beleza.

Realmente os provérbios “beleza não põe mesa”, “beleza não se põe à mesa”, ou de forma mais clara, “beleza e formosura não dão pão e nem fartura”, estão corretos!

A beleza, de fato, realiza algo muito maior que uma simples subsistência, ou dizendo de forma mais clara, agi muito além da mera sobrevivência.  Beleza é vivência (vida) em sua amplitude, em sua grandeza, já o por à mesa, a sobrevivência, é tão somente um complemento daquele, uma miniatura de fato.

A beleza é o “tour de force” (esforço excepcional) que a natureza, ou melhor dizendo, que o espírito apolíneo (“força” grega da natureza responsável pela harmonia) efetua em toda a sua potência e, bem cultivada, vai mais além do simplíssimo por à mesa, ela transforma, transfigura toda a fealdade do mundo, da vida, vivificando, fortalecendo, animando, reanimando e reforçando, facilitando assim o viver no mundo em toda a sua complexidade e confusão.

Assim sendo, a beleza “salvará o mundo”. Não por uma redenção qualquer, mas pelo fato de transformar as burrices, tolices, feiúras e infantilidades humanas em coisas toleráveis.