Sobre a união dos seres I.

A ideia corrente no imaginário coletivo de que nos relacionamentos humanos a máxima “os opostos se atraem”, possui uma freqüência e efeitos notáveis, é burra e tola.

Para que um individuo oposto (diferente) seja notado ele precisa agir, não unicamente, sobre dois planos: um complementar e um principal (alma, para os mais poéticos); assim sendo, para ser notado, tal individuo precisa fazer um esforço por demais grande e, visto mais profundamente, contrário a natureza, visto que o principal (alma) do outro individuo resiste em não percebê-lo, por mais que o complementar (a emissão de uma opinião, por exemplo), sussurre que o individuo é interessante por ser diferenciado (jargão frequentemente utilizado).

Já os indivíduos iguais possuem a vantagem de agir diretamente e primeiramente no âmbito principal, isto porque a natureza, ou o íntimo de tais indivíduos implora este processo de igualitarismo.

Desta feita, o correto seria: “os iguais se atraem e se unem na medida e na totalidade de suas igualdades”. Dizendo de outra forma, por mais que os demagogos da diferença digam que somos diferentes, o íntimo busca incondicionalmente os “pontos em comuns”, dando continuidade não a um conjunto de indivíduos dotados de força, mas sim a um punhado de seres iguais, que se vangloriam em somar “ad infinitum” os vícios próprios e alheios.