MINHA DÉCADA DE 1970



 
Ditadura militar, amigos presos, alguns desaparecidos para sempre; tempos de USP; acampamentos com os amigos; Biblioteca Infanto-Juvenil "Álvaro Guerra"; Mogi das Cruzes; o primeiro grande amor; leituras e leituras e leituras e leituras; o primeiro amante; as primeiras grandes dores de toda natureza: coletivas, individuais; as grandes in-confidências; Elis, Chico, Milton Nascimento, John Lennon, Caetano, Betânia, Tom Jobim, Mutantes, Rolling Stones, Joan Baez, Violeta Parra, boleros, também já fados e tangos (...); viagens com os amigos; Carlos Drummond, Fernando Pessoa, António Nobre, Mário de Sá-Carneiro, Dostoiévski, Flaubert, Graciliano Ramos (...); Casablanca (por retrospectiva e sem que eu o pudesse pressupor na época, o filme que viria a ser um dos grandes e espantosos e sem-saída signos da minha vida amorosa no futuro), Laranja Mecânica (...); USP; sonhos explícitos, sonhos para ocultação, perdas explícitas, perdas para ocultação, aliás, como no decorrer de toda a vida; pai, mãe, irmão, família ainda sem fissuras nem fraturas explícitas; ditadura militar, mudanças à vista; Mogi das Cruzes; ainda, no último ano da década, Biblioteca Infanto-Juvenil "Álvaro Guerra" (...)