Entre Cacos
Por entre os cacos da velha cidade nova
Caminhamos a pechinchar o óbvio de todos os dias.
Mulheres da vida fazem calçadas de tabuleiros
E se põem a vender água mineral enquanto praguejam suas desditas.
Homens encostam-se a cadeiras empilhadas, embriagados do nada,
Entre carrocinhas de cachorro quente e roupas coloridas a preços módicos.
Aos poucos as ruas ganham vida e a vida ganha as ruas em meus pés cansados de procuras e rimas e já nem sei o que faz sentido.
Mas a prostituta sorri e então compro e bebo sua água, talvez haja algum sentido. E talvez esse seja o sorriso mais puro do dia.