Sem titulo.

A vida por vezes nos prega certas peças e na verdade vivemos em um imenso carrossel que independente do tempo e das circunstancias acaba nos levando para o mesmo ponto de partida. Me vejo, me sinto exatamente assim. Em um turbilhão de sentimentos que não podem ser traduzidos em palavras, um silêncio repleto de cruéis significados, questionamentos que insistem em pairar no ar e permanecem sem a minima resposta. Mas não sei se agora quero respostas, talvez eu sempre as tive, diante dos meus olhos, mas não quis ver. Talvez eu ainda não as veja e optei por permanecer em uma realidade criada por mim, reinventada dia após dia, de acordo com minhas percepções e desejos. Agora o silêncio se torna ainda mais amargo, ainda mais cruel, mas pela primeira vez não quero rompe-lo, prefiro que permaneça, prefiro que as respostas continuem subentendidas, não quero ouvi-las. É isso, me recuso a ver, a sentir, a saber. A realidade abstrata criada por mim no decorrer desse tempo talvez seja o que ainda me mantem. Até quando? Não sei, e sinceramente não faço a menor questão de saber.

Débora Brandão
Enviado por Débora Brandão em 14/07/2014
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