De máquina para humana.
Faz um bom tempo que não apareço por aqui.
Estou já faz alguns meses sem manter contato nenhum com qualquer tipo de texto, não escrevo, não leio. Deduzi obviamente que o tempo me fez secar um pouco, secou toda aquela angústia que sentia no peito, toda a dor de um amor que não pulsava mais, engolia a dor de um amor perdido, mal compreendido e hoje esquecido.
Mas no final de tudo acho que essa minha ausência se deve ao fato de que por algum tempo esqueci de ser humana e quis experimentar como era ser uma máquina, da faculdade para a casa, da casa para o trabalho e a noite sempre capotada na cama sem pressa alguma de dormir o máximo possível, sem chances de pensar.
Mas eu sou apenas uma humana, e a minha essência certamente viria a tona em algum tempo. Hoje ela bateu sem querer e chegou forte, rasgando o peito e trazendo a saudade de um amor, uma saudade, saudade não se responde, se mata, mas não tenho essa opção por ser uma pessoa sozinha.
Hoje, senti a falta do cheiro do café da manhã na cama, o cheiro de bom dia.
Por algum tempo pensei no que você poderia estar fazendo, e se estava vendo o jogo de futebol igual eu, dessa forma nossos olhos estariam de alguma forma conectados a uma direção. Pensei em um minuto que eu só quero dar amor e descobri que isso é a coisa mais difícil, amor não se dá, se conquista, rouba, arranca, mas não sei como fazer isso. Não sei por onde (re)começar.
De certa forma me sinto aliviada por conseguir entrar aqui e escrever depois de muito tempo, mas por outro lado agora deixo aqui registrado a minha fatal dor, a minha legitima solidão e o meu enorme amor que guardo preso há anos.
Solidão.