Desculpa.
“Desculpa”. É assim que eu começo. Eu realmente não sei bem onde errei, mas preciso te dizer essa palavra. Eu sou persistente, teimoso, marrento, irônico, erro muito, mas saiba que tudo o que eu fiz hoje, ontem e tenho quase certeza que o amanhã também, foi pra te ver bem. Desculpa por desculpar-me o tempo todo, por me preocupar, quando o que eu devia era deixar pra lá. Eu não sei quais palavras deveria usar, não sei o que deveria fazer. Será que o melhor é esquecer e deixar pra lá? Devo acreditar quando diz que está bem? Ou é apenas uma menina que tem medo do que pode acontecer caso diga? O que há nesse mistério de palavras e de emoções não ditas ou não compartilhadas? Devo pegar meus lápis de cor e colorir tudo que há de cinza? Como irei colorir algo que não vejo cinzento, ou melhor, que não me é mostrado? Sinto o medo em suas palavras, na verdade, não vejo alicerce nelas, algo que as me deixem seguro. Se você mentisse ou omitisse, iria esconder-me melhor o que acontece, mas não farias isso, não comigo. Eu só quero te ajudar, construir a ponte até o outro lado, sabe? Segurar tua mão até o fim do túnel, se quando chegar lá e se decepcionar, estarei lá ainda contigo, é isso que faço, não quero ir embora, fazer a diferença, sabe?