E, assim, meu Brasil, tu choras!
Choras pelo que não rolou nos pés.
Choras a tua criança-esperança,
Que via na Copa a alegria de um dia!
Vida acalentada na fantasia!
 
Agora, voltas a tua realidade,
Barriga vazia nos filhos teus,
Sonhos perdidos e vãs ilusões,
 Tristeza na mão que bate ao peito,
Ao tornar-se cônscio do desrespeito.
 
E, agora? Teus filhos clamarão saúde,
Moradia, segurança, não ataúde.
E, tu, pátria, que  te pensaste amada,
Vês agora que te tornaste piada,
E dos filhos teus, não és mãe gentil!
 
Os reais voam pelo céu aberto...
Tantos trocados por sonho incerto
De apaziguar o que está tão tenso,
Na eminência de se cumprir o intento,
De findar co' o esgoto, ora reaberto.
 
Contigo, meu coração também chora...
Pois apreensiva te pergunto: E agora?
Vejo, em teus olhos, um incerto futuro,
U'a névoa que não se vai, não clareia,
 Neste governo que só zingareia!
 
Ah! Meu Brasil! Clamo por nosso Deus,
Que olhe por nós nessa insana hora
E que se apiede dos filhos teus!
 
Em 08/07/2014

 
Sonya Azevedo
Enviado por Sonya Azevedo em 08/07/2014
Reeditado em 16/08/2021
Código do texto: T4874740
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