Adolescência

Era solitário andar entre nós,se estava só,restava uma dúvida,não pelo que sinto,mas por algo que não queria descrever.

Era dor, raiva, decepção,era um pouquinho de tudo e um monte de nada,fazia frio,calor,dizia muito,calava-se.

Era uma confusão de sentidos que eu me negava a entender,eu só queria ser criança mais um tempo, sem obrigação,sem regras,sem tarefas ( para a hora da morte).

Mas, meu corpo denunciava que eu havia crescido,eu corria contra o tempo,mas ele puxava meu pé,queria agora fazer parte da Terra do Nunca,mas cadê o Peter Pan.

A adolescência batia inconstante em minha porta fechada,sabia que era necessário ver a vista,nem que fosse da janela.

Peguei um papelão e fui para o barranco escorregar mais uma vez.-Mocinha,já é hora de acordar;dizia o tempo a me importunar.