Um brasileiro

Um brasileiro

Hoje eu fiquei extremamente tocada ao ver um brasileiro que cruzou o meu caminho, ele levava em uma de suas mãos uma varinha com a bandeira do Brasil.Eu caminhava pensativa, tentando soluciona os meus problemas, travando um dialogo comigo mesmo. Quando surgiu na minha frente há uns 100 m um senhor de cabelos bem branquinhos encaracolados, baixo, de cor branca.À medida que eu me aproximava dele, via mais detalhes da sua aparência. Naquele momento me desliguei de tudo, e passei a observa-lo.

Geralmente estamos tão psicoadaptados com os vários quadros tristes que vemos pelas ruas,que muitos fatos nos passam despercebidos, pois estamos sempre imersos em nos problemas, e esquecemos de olhar em volta. Mas algo me chamou atenção, ele já estava bem próximo de mim, do outro lado da rua.Estava sem camisa de bermuda marrom, parecia bem velha, e o seu cinto era algo que não sei bem se era um saco ou um barbante, suas sandálias pareciam algo artesanal, levava um saco nas costas. Ele passou do meu lado com sua varinha com a bandeira do Brasil, em forma de bengala. Um carro parou bem na minha frente; o carro ficou uns segundos e eu não conseguia mais ve-lo, enfim o carro passou, e eu já estava parada não queria perde aquela figura de vista, quando tornei a ve-lo já estava de costas para mim, caminhava lentamente, deu alguns passos e parou, em um cruzamento de frente para um fio de água que passava na rua, era água de esgoto ele fitava a água, depois largou suas coisas no chão, se abaixou olhou para aquela água e começou a lava as mãos, depois os braços, e por fim o rosto e a cabeça como se estivesse na beira de um rio de águas límpidas.Fiquei parada olhando sentindo um misto de sentimentos.Tive vontade de fazer algo, mas o que? Estava claro que aquele cidadão estava em um estado de demência gravíssimo, fique imaginando o que o levará até ali.Será que ele não suportará as dores da vida, e desequilibrou-se? Será que a família o abandonou, devido sua idade avançada.Suas dores emocionais deviam ser grandes, pois ele perdeu a noção, e talvez, quis fugir da realidade. E agora vive em um mundo só seu. Por alguns minutos eu nem lembrei que tinha problemas. Prossegui rumo a minha casa caminhando sem presa.

17. 06. 14 Taiana