Ponto no Espaço

Ele sentou do meu lado a espera do ônibus, mãos escuras de sol, cuspiu no chão e tossiu logo em seguida enquanto um caminhão passava dando freadas... ele parecia tentar limpar as unhas com as próprias unhas, um cheiro desagradável invadia meu nariz mas eu continuava a ler minha ficção impressa naquelas folhas sujas. Um, dois ou mais minutos se passaram e uma mulher de meia idade sentou conosco também, olhar cansado de dezembro levara as mãos na boca, o ônibus nunca chegou. O sol parece subir e descer sem trégua, eu contínuo a ler, observando cada ponto no espaço.