O Ultimo Horizonte.
“Neste caminho sombrio eu sigo solitário, passo a passo sobre um solo úmido e com o vento frio soprando em mim, e ao mesmo tempo que caminho sinto que não estou saindo do lugar, talvez eu esteja enlouquecendo, talvez eu esteja me iludindo com todo este ‘nada’ ao meu redor, ou, talvez eu até não esteja sozinho, existe uma companhia, sempre, a lua vem me observando desde o inicio, uma lua fria que parece estar decidida em me arrancar a pouca vitalidade que ainda me resta, estou a ponto de desistir, há muito tempo, mas permaneço caminhando pois quero saber onde vou chegar, no horizonte vejo apenas espaços vazios cobertos com uma neve fina, vejo isso desde que sai nesta jornada para o ‘não sei onde’, já não ouço o som dos pássaros e nem da água, tenho saudade, preciso ouvir algum ruído diferente a não ser o ruído do vento, do gelo se quebrando e da minha respiração, mas, talvez o final da história irá valer a pena, será? Onde posso encontrar mais coragem dentro do meu peito já congelado? Onde posso encontrar força na minha cabeça já praticamente sem vida? Não sei, mas vou continuar caminhando, talvez lá na frente eu encontre um mar imenso, um abrigo, talvez, mas enquanto o horizonte não me mostrar algo diferente eu terei que resistir, terei que caminhar, e caminhar, e caminhar.. Seja lá para onde for.”