A Beleza
Beleza - Na altura de uma estética, esconde-se a beleza estertorada que cruza, às escâncaras, o ideal imagético da compreensão. Ela exige uma ultrapassagem de si mesma, pois não comporta um conter-se. A Beleza transgride as forças do senso comum, em tragédia indefinida, na profusão indecente de possuir uma harmonia. Pacífica para consigo, tem como cerne a angústia atemporal, metáfora que é do perecível. Não dá nunca, apenas recebe, humildemente, a incompreensão nossa de cada dia. De altivez intrínseca, é um olhar para dentro como uma máscara que não se exibe, sob outras personas incandescentes. A Beleza e sua estrutura são irreconhecíveis, entregues à exaustão caótica do artista, a brutalidade em vias de explosão. Não define, não intenciona, não indica uma salvação possível. No entanto, é através dela que avançamos, em alegria sofrida, para dentro de nossa humanidade. É a Beleza sombra da Perfeição.