ELEIÇÃO FAZ MILAGRE?
É só uma observação do pensamento:
Todos sabemos, e o mundo todo sabe junto com a gente, que o Brasil iniciou uma onda de reivindicação social cidadã legítima há exatamente um ano atrás.
O mês de Junho de 2013 foi para os compêndios da História do Brasil mais contemporânea, onde se reivindicou o básico do básico, todos direitos amparados pela Carta Magna, aqueles que, a princípio constitucional, são deveres do Estado.
Ocorre que as explicações políticas meio tendenciosas para o que ocorreu, apenas vêem o lado de que o Brasil amadureceu na Democracia e reivindica o que lhe é de direito, claro, e amparados nessa premissa política, sempre há os que insuflam os ares e batam no peito como sendo protagonistas dessa conquista cidadã de liberdade democrática, a fim de que tais reivindicações, disfarçadamente, se torne um bom fato político nas urnas.
Meia verdade, de fato, trata-se dum amadurecimento democrático, não pelo amor dos políticos à Nação mas sim pela dor da Nação exteriorizada aos políticos.
Mas por aqui absolutamente todo fato vira fato político.
Você soltou um pum? Seu pum é da oposição ou é da situação?
Não importa, ele virará fato político pró ou contra você ou o mundo todo, de acordo com a conveniência de quem, no momento, tiver que dar explicações dos fatos, ou seja, o porquê do seu pum a ser explicado ao povo.
E aí prepare-se porque vão manipular todas as nuançes do seu pum.
Muito bem: Ninguém em sã consciência pede ou grita pelo que não tem.
O povo pediu de forma inusitada o que lhe era negado, ok? E daí os doutos em política foram pensar e repensar no porquê da avalanche de reivindicações.
Simples: Ninguém dói pela falta do que já tem. Ou me engano? Se me engano , já me desculpo.
O povo pediu de forma suplicante porque chegou ao limite do seu desespero social.
E num passe de mágica, quase às vésperas das eleições que ocorrerá depois da pseudo anestesia social ao término da copa, se percebe que o Brasil conquistou a jato tudo que faltava.
Extra, milagre!
De súbito 10% do PIB para a educação (lembrando que o PIB despencou assustadoramente no último ano, bem depois do início da crise européia), mais médicos para a saúde, promessa disso e daquilo e de repente estamos de vento em popa...ao toque das urnas que se aproximam.
Dá gosto de ver as propagandas das tantas soluções imediatas.
Não é por nada não, é que é tanta propaganda de sucesso que a gente até desconfia. Desculpem a minha sinceridade de eleitor.
Até a Petrobás, de repente, só fez bons negócios! Uffa!
Consta nas propagandas como a empresa petrolífera mais rentável do mundo submarino! Graças a Deus!
Mas não daria para se ter feito, na prática, toda esse sucesso estatístico anunciado antes das reivindicações do junho histórico?
Eu pergunto como cidadã leiga em gestão pública.
Não seria politicamente menos desgastante aos atuais donos das bolas?
Só uma última perguntinha de quem também nada entende de estatística: Eleição, só pelo fato de se aproximar do eleitor, faz tanto milagre assim?
Pergunto porque isso..."eu também não sabia".