...à caminho de casa
O caminho foi longo
Dias curtos
Foi tudo tão rápido
E um absurdo a lentidão dos dias
Que escorriam mansos nos ponteiros do meu relógio
Há muito não avisto a serra que faz sombra na minha cidade
Já perdi o tom do sereno das noites
Que cobrem as folhas das árvores do meu quintal
Querendo ganhar tempo
Perdia-o no ralo dos banheiros de cada posto em cada parada
Junto com a água de banhava meu rosto
Com a expressão suja e calma
Que a poeira da estrada da vida repouso
No passar dos anos passados
Já deixei de ser revolta
Agora quero a volta pra casa
Quero minha cama e minha dama
Meu copo de café e minha fé
Quero o canto sincero dos pássaros livres
Que pousam alegres nos galhos do meu pé de amora
Estou à caminho de casa
Estou em direção daquilo que fui o devia ter sido
Mas que, em algum momento, a tempestade da maldade
Soprou forte meu barco pra onde não devia
Mas agora, estou à caminho de casa...