...à caminho de casa

O caminho foi longo

Dias curtos

Foi tudo tão rápido

E um absurdo a lentidão dos dias

Que escorriam mansos nos ponteiros do meu relógio

Há muito não avisto a serra que faz sombra na minha cidade

Já perdi o tom do sereno das noites

Que cobrem as folhas das árvores do meu quintal

Querendo ganhar tempo

Perdia-o no ralo dos banheiros de cada posto em cada parada

Junto com a água de banhava meu rosto

Com a expressão suja e calma

Que a poeira da estrada da vida repouso

No passar dos anos passados

Já deixei de ser revolta

Agora quero a volta pra casa

Quero minha cama e minha dama

Meu copo de café e minha fé

Quero o canto sincero dos pássaros livres

Que pousam alegres nos galhos do meu pé de amora

Estou à caminho de casa

Estou em direção daquilo que fui o devia ter sido

Mas que, em algum momento, a tempestade da maldade

Soprou forte meu barco pra onde não devia

Mas agora, estou à caminho de casa...

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 24/06/2014
Reeditado em 24/06/2014
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