Muitas em uma
Às vezes, penso que sou muitas em uma. Embora o espelho mostre apenas uma pessoa, acredito que há várias pessoas em um só corpo e, consequentemente, imagino que existem em mim a pessoa que fui, a que sou, a que posso e a que quero ser. Creio que elas lutam dentro de mim e, em certos momentos, uma ganha e prevalece.
Quando penso na pessoa que quero ser, indago-me se há, em mim, sementes de força, segurança e coragem que, convenientemente alimentadas, podem me levar a ser a pessoa forte, segura e corajosa que sonho ser.
Há ocasiões em que lembro de quem fui, daquilo em que acreditava, dos meus antigos medos, das esperanças que eu alimentava e, de certa forma, embora eu me alivie por não ser mais tão tola quanto era, sinto saudade do entusiasmo e gostaria de saber se aquele entusiasmo e aquela energia que me levavam a acreditar que, lutando, eu venceria todos os obstáculos, ainda estão aqui, levando-me a seguir adiante.
Ao ver quem sou , vejo que conquistei muito, mudei, descobri-me capaz de coisas que imaginava que nunca faria mas, muitas vezes, percebo que eu deveria levar mais tempo me descobrindo, valorizando quem sou, porque superei muitas limitações, vi que posso ir mais longe.
Quanto à pessoa que posso ser, ela permanece escondida numa caverna, esperando que eu a descubra. Não sei nada acerca do que tenho potencial para me tornar. Mas acredito que posso me tornar sempre melhor do que sou hoje.