Que certeza há?
Não há certeza cabível em meus olhos
Só certeza à alma que suporta meu corpo.
Ela já viu corpos por aí
Galopando na noite gelada
Procurando o que fazer.
A quem infernizar com pesadelos
A quem ajudar a curar os medos.
E muitas vezes, levar de vez para lá.
Mas que certeza há do que se vê?
Vemos um monte de corpos apressados
Apressados para não viver?
Com medo de perder o ônibus
De chegar tarde no trabalho
Para o que o chefe não pegue no pé.
Vejo pessoas sem ser pessoas
Seres não se importando muito
Com o agora, com os minutos,
Só querem que o tempo passe
Mas não querem ficar velhos.
Impossível!
Só querem resultados
Sendo que nem conseguem acompanhar um processo.
E que certeza há no futuro deles?
Se plantam sementes, depois esquecem que tem de colher.
Sem ao menos conhecessem as suas origens.
Que certeza há nas corriqueiras agonias
Que não tão agonizantes dando só ansiedade.
Mas pra quê?
Eu já não tenho certeza.