Bukowski, Tolstoi e minhas escolhas erradas
Eu estou cansado de esperar mais do que um pouco de sinceridade do sexo feminino.
Aparentemente eu tenho um dedo podre para escolher as mulheres que deixo entrar na minha vida, ou simplesmente sou azarado demais. A sinceridade delas sempre vem tardiamente, depois que o estrago já está feito. Me pergunto qual a porcentagem de culpa que eu tenho disso tudo, ao mesmo tempo em que começo a considerar abraçar a castidade.
Sempre fui um cara dramático e talvez intenso demais.
Não sei se isso as assusta, ou se só tenho cara de otário para elas.
Perdi a conta de quantas saíram deixando a porta aberta e nunca mais voltaram.
Ou das que voltavam meses depois, como se nada tivesse acontecido.
A última delas, (a que me fez parar para escrever este texto, depois de quase um mês sem escrever nada decente) é uma reincidente, portanto acho que não posso culpá-la.
Não posso culpá-la pelas minhas escolhas erradas.
Confesso que sinto vontade de responder-lhe a última mensagem,
e expor-lhe o quão cruel e insincera ela tem sido comigo.
No fim, o silêncio parece a melhor resposta.
Vou esperar minha gripe passar e torcer que leve minha decepção junto.
Vou riscar o nome dela da minha agenda e dos poemas que escrevi e nunca lhe mandei.
Vou voltar a me debruçar sobre as histórias de Bukowski,
e aquela sua citação de Tolstoi...
“Regard the society of women as a necessary unpleasantness of life and avoid it as much as possible.”
Neste momento, nada me parece tão preciso.