NUNCA FAÇO DE CONTA

AINDA NA MANHÃ DE 17 DE JUNHO DE 2014

Não costumo fazer de conta. Ninguém melhor do que eu sabe dos meus escuros e dos meus claros. Ilustre desconhecida para boa parte dos seres da chamada “vida real”, tenho encontrado no Recanto um refúgio e no Recanto dou de mim o que tenho, o que me restou de melhor. No mundo “real”, quase todos só querem de mim a super-mulher, que não sou: a super- filha, a super-amiga, a que sempre compreende, a que sempre aceita tudo. Claro que tenho culpa funda por isso. Certamente, com toda certeza. A grande culpa, essencialmente para comigo mesma e minha vida. Aos muito jovens peço: NÃO COMETAM TAL PECADO IMPERDOÁVEL PARA CONSIGO MESMOS. QUANDO ACORDAREM, PODE SER TARDE DEMAIS. Estou cansada demais, exausta mesmo, admito. Queria tirar férias, ir, ao menos por alguns dias, para longe de todas as pessoas da minha vida “real”, férias que não tiro, que não posso tirar há ... séculos. Queria tirar alguns dias de férias, principalmente de mim. Perdoem pelo desabafo mais fundo, talvez, de toda a minha vida. Desabafo até por uma questão de manter a sobrevivência e alguma sanidade. Perdoem, amigos. Não pretendo fazer isso de novo. Fiquem tranquilos: sobreviverei, como tenho sobrevivo. Eu preciso sobreviver.