Memórias

Memórias

Ainda ouço o roçar do galho da laranjeira na janela do meu quarto quando o vento vinha visitar o sertão na madrugada.

Quase não recordo do cheiro das flores, a laranjeira era velha e acredito que esse era o motivo de quase não florar... Sem flores, sem laranja e nada de suco para saborear...

A laranjeira era minha companheira, nas madrugadas sem sono, ela sempre estava lá.

Bastava abrir a janela para sentir o cheiro das folhas que roçavam na janela, tem cheiro bom, as folhas da laranjeira.

Eu ficava imaginando o cheiro das flores...

Ainda lembro-me das estrelas que enfeitavam o céu da minha janela, que imagem tão bela...

Trago todas as imagens guardadas na memoria...

Ouço passos lentos, despreocupados com o tempo...

Aprofundo-me na memória... e vejo que eram meus passos, voltava da janela para a cama...

Deixei a janela aberta, o vento atiçava a laranjeira e ela canta para me fazer dormir, observo isso da janela aberta de minha memória...

A laranjeira, o cheiro das folhas que roçavam na janela, as estrelas que enfeitavam o céu na madrugada... Continuavam lá, só faltava eu...

Jacinta Santos

10/06/14

Jacinta Santos
Enviado por Jacinta Santos em 15/06/2014
Reeditado em 16/06/2014
Código do texto: T4846176
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.