POR MIM
Cinquenta e quatro degraus, garimpados...
Uns com muita ajuda, outros com muita reza, curativos,
esparadrapos, remendos, remédios, álcool, cigarros, ousadia sempre...
Uns com fartura de pão, outros com cara de fome...
Alguns sem nome, outros, manchete de jornais...
Medos viscerais e ousadias tantas...
Uns com listas de desafios, outros, sem pio diante da chibata...
Alguns arrematados no berro, outros pedindo socorro...
Uns, ninada em amores, outros cuspida, sem pejo...
Sempre cortejada pelo dolo...
Descabelada ao vento...
Cismada ao cento...
Mas aí...
Com ti-ti-ti, sem ti-ti-ti...
De mim, por mim, e sempre afim de mais um...
Nem tchum pela escara, olheira, cabeleira nevada, mão calejada...
Coração ainda aos saltos pela aventura insólita...
Vida que me arvora, sempre...
Sã ou demente, sempre em frente para o que der ou vier...
Desafiando a MEGERA...
Adiando a hera que recobrirá minha tumba...
Mouca ao toque da trombeta...
Anulando essa Samsara..
Amortecendo esse Carma...
Rumo ao Éden reavido...
Tecendo o robusto elã...
Quiçá o salto no infinito e não o despencar na sina...
Menina a professar seu credo e não arremedo vencido de servil espectro...
Imbatível em doce afã, adornando o que é e o certo amanhã...
Noite qualquer de Abril de 2014