Portas Abertas
Não cheguei onde planejei ir. Caminhei, mas meu coração ficou em outra passagem de felicidade construída em efêmeros pedaços distantes de mim. Por muito tempo estive ensaiando recomeços, imaginando abraços, utilizando vírgulas para o que já se previa ponto final, engavetando exclamações e sonhos, limitando estradas na aspereza do cotidiano sem cheiro de primavera. Abri as portas para a liberdade, para a mesma de outrora quando apenas a presença e a respiração no ouvido bastavam e livre para soltar os nós e aprender a enlaçar momentos para toda uma vida de segundos, caminhando levezas em tuas sutis pétalas amarelas tranquilamente despojadas no chão de teu outono matinal.