Desvios e aventuras em série
Quando você percebe que o tempo que passou
Não foi bem usado, ou usado para coisas improdutivas
Fica sempre a dúvida do que vale a vida
Algumas perguntas seguem algumas regras mundanas
Você se pergunta por que na sua simplória vida
Tudo não pode ser como você deseja
E talvez a resposta seja muito simples
Não seria justo com o resto do universo
Afinal nem sempre nossas escolhas nos levam ao paraíso
E nem sempre o que chamamos de futuro
Está escrito com a nossa própria caligrafia
Não somos indivíduos completos e contentes
Precisamos de muitas variáveis para viver
Estamos em constante mudança
Quando você percebe que a sua felicidade
É a lágrima de outra pessoa
O caminho se torna vazio e escuro
Você se questiona que mundo é esse que eu vivo
E porque a platéia vai embora antes do show terminar
Você deseja que cada segundo dure uma hora
Pois não aguenta mais ver os olhares de despedida
No seu caminho tenta cada desvio
Mas o fim é sempre o mesmo
As aventuras em série que dilaceram o coração
A busca do sonho que há muito tempo foi perdido
Sonho esse que nada mais é do que um reflexo
Um pensamento que saiu do roteiro
E se misturou na verdade dos fatos
Para não complicar mais essa tal de realidade
Que é mais uma das invenções da nossa mente
Brincando com cada desejo oculto
Que não são revelados, pois para isso precisa-se de coragem
Algumas frases marcam o seu calendário anual
Você é uma erva daninha que cresce em meu jardim
Uma cicatriz que não queria ter em meu peito
O mundo e seus toques de crueldade
A cada manhã mais um passo para o abismo
E toda entrega não vale de nada no final
Se você não estiver lá para ver minhas lágrimas
Porque desejar o mundo inteiro
Se ele não cabe no meu bolso
E não aceita as minhas condições de solidão