Desvios e aventuras em série

Quando você percebe que o tempo que passou

Não foi bem usado, ou usado para coisas improdutivas

Fica sempre a dúvida do que vale a vida

Algumas perguntas seguem algumas regras mundanas

Você se pergunta por que na sua simplória vida

Tudo não pode ser como você deseja

E talvez a resposta seja muito simples

Não seria justo com o resto do universo

Afinal nem sempre nossas escolhas nos levam ao paraíso

E nem sempre o que chamamos de futuro

Está escrito com a nossa própria caligrafia

Não somos indivíduos completos e contentes

Precisamos de muitas variáveis para viver

Estamos em constante mudança

Quando você percebe que a sua felicidade

É a lágrima de outra pessoa

O caminho se torna vazio e escuro

Você se questiona que mundo é esse que eu vivo

E porque a platéia vai embora antes do show terminar

Você deseja que cada segundo dure uma hora

Pois não aguenta mais ver os olhares de despedida

No seu caminho tenta cada desvio

Mas o fim é sempre o mesmo

As aventuras em série que dilaceram o coração

A busca do sonho que há muito tempo foi perdido

Sonho esse que nada mais é do que um reflexo

Um pensamento que saiu do roteiro

E se misturou na verdade dos fatos

Para não complicar mais essa tal de realidade

Que é mais uma das invenções da nossa mente

Brincando com cada desejo oculto

Que não são revelados, pois para isso precisa-se de coragem

Algumas frases marcam o seu calendário anual

Você é uma erva daninha que cresce em meu jardim

Uma cicatriz que não queria ter em meu peito

O mundo e seus toques de crueldade

A cada manhã mais um passo para o abismo

E toda entrega não vale de nada no final

Se você não estiver lá para ver minhas lágrimas

Porque desejar o mundo inteiro

Se ele não cabe no meu bolso

E não aceita as minhas condições de solidão

kdu
Enviado por kdu em 11/06/2014
Código do texto: T4841030
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