Fronteiras
Meu corpo tem limites
Tem fronteiras que a alma determina
E as fronteiras de mim são explícitas e imutáveis
Não que eu não queira ceder territórios
Ou baixar a guarda da torre de vigília...
A sentinela de meu eu é intransigente
Ela ensina-me que respeito é mais que instinto
Que vontade é coisa que dá e passa
E quando passa, elimina o desatino...
Tais fronteiras que determinam meu agir
Informam até onde posso ir
E o que não ultrapassar
Talvez até digam que é medo de arriscar.
Mas não quero mais dormir
E acordar em sobressalto
Tendo meu quarto revirado pelo arteiro cupido
Nem meu leito sendo abrigo para o aventureiro Don Juan,
Que despertando pela manhã
Procure sempre novas ilhas para conquistar
Novas musas para amar
Esfaimado de amor e de paixão.