Relembrando nossos momentos através de pensamentos

Deixo que os meus dedos descrevam através de palavras os sussurros que o meu pobre coração se nega a aceitar…

Outrora eu era um ser oculto em tua vida, que te via e dizia as mais doces palavras que a alma poderia gritar em meio ao silêncio, e mesmo sabendo que a consciência a muito deixou de me ouvir, mas que o coração guarda em sonhos aquilo que ouve. Disse eu então, em meio ao desespero: - Eu te amo!

Senti vergonha por ser tão covarde a ponto de apenas o observar de longe, e permitir que as lembranças se tornassem tão presentes em mim sem que eu retrocedesse e em meio a um descuido deixei que o meu coração falasse ao teu: -Tenho medo, mas te amo em segredo!

Acreditavas que assim eu estaria protegida, mas a muito meus olhos denunciavam que eu andava a procura de alguém que me completasse como nas histórias de Dirceu e Marília, Isabel e Cristiano.

Creio que é certo dizer, que nada possui uma garantia concreta nesta vida, muito menos o amor, mas quando ele paira no ar vivemos momentos únicos, e por mais que um poeta tente descrevê-los, nunca será capaz de compreender a sua imensidão de sentidos se não os viver.

Eu sei que talvez você vá embora da mesma forma sublime com que chegaste ou talvez não!

Confesso que nesse momento a única certeza que tenho é que te vejo como uma presença constante que adocica o meu coração. Gostaria simplesmente de poder pelo menos acreditar que nossas vidas fossem terminar juntas, mas tenho receio de algo dar errado não sei, talvez esteja enganada, porem sinto algo gritar dentro de mim, e por muitas vezes deixo os meus pensamentos vaguearem numa nuvem sem rumo e sei que eles dirigem-se para ti, em busca de respostas.

Por vezes me questiono sem entender o porquê, justamente naquela noite você vir me procurar, e esbarrar em mim daquela maneira me fazendo cair e depois simplesmente sorrir e me pedir desculpas.

Foi uma situação um tanto embaraçosa, ainda mais se levarmos em conta que passei o Reveilhon de 1988 inteiro te observando, louca pra ti conhecer e poder falar contigo ou quem sabe trocar alguns olhares contigo, mas todo aquele desejo de adolescente sonhadora infelizmente não se realizou naquela noite. E justamente agora em pleno mês de Janeiro, tu me reencontras de maneira tão constrangedora. Será obra do acaso? Talvez...

Mas será possível, afinal só procuro a minha razão lógica para criar algo que me faça parar com este sentimento, ou quem sabe tirá-lo de uma vez de dentro de mim para que eu possa pelo menos olhar para ti com os mesmos olhos despercebidos que eu acho que me olhavas naquela noite de Ano Novo…

Às vezes nem eu mesma entendo porque busco respostas para algo que se foi perante a minha visão, a vontade de apagar àquela hora imensa, mas ao mesmo tempo penso o quão maravilhoso foi poder reencontrá-lo, ainda que tenha sido constrangedor, porém, nunca nada conosco havia acontecido além de simples olhares vindos de mim, e como sei que o que digo são meras palavras ao vento calo-me diante de ti e apenas exponho- me a aproveitar o momento de agora.

Eis aqui parte de um romance contemporâneo a qual encontra-se quase finalizado. Ass: Idalva Couto

Levita Couto
Enviado por Levita Couto em 06/06/2014
Reeditado em 22/08/2022
Código do texto: T4835028
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