Simples
O que nos satisfaz a ponto de não precisarmos de mais nada? O amor que procuramos é do tamanho do vazio que existe em nós, tamanho da fragilidade e carência da nossa própria natureza. Não importa o quanto temos, queremos sempre mais, não importa a qualidade, desejamos sempre o melhor. Em tudo procuramos satisfazer o “eu” interior, que uma hora nos derruba em nossa própria ambição.
O amor contudo nos procura, o que pensamos ser do amor distante, quase inalcançável, bate a nossa porta todos os dias. O problema é que queremos algo grande, para que todos possam ver. À satisfação do ego, a busca quase exclusivamente por status, posição de glória e destaque, enquanto a essência do amor é simples, tão agradável como a brisa de uma manhã no lago, o brilho dourado do nascer do sol se elevando, ao longe, acima das árvores além das montanhas. Lindo enquanto contemplamos, simples, tão simples que percebemos o quanto estamos vivos.
Não pedimos a bela vista matinal, mas ela surge diante dos nossos olhos reafirmando o amor que não compreendemos, porque, de certa forma, nos completa sem que precisássemos fazer algo para merecê-lo.