sobre "quando nem se quer o amor..."
(nem se sabe o tamanho da sua fome... até que lhe falte o alimento)
há qualquer coisa que acontece lá dentro
onde já não é pensamento ou juízo perfeito
há qualquer coisa desfeita...se amarrando
e dando nós...de um jeito difícil de desatar
há um canto perdido...onde escondes o olhar
há um grave abandono...
um esquecimento...
quase uma indiferença
há uma prece contornando os lábios
antes no peito, no coração...
e há uma saudade desenhando sonhos
...incontáveis esperas...
desalinhando horizontes
há um vento desatento
que vai... sem nunca chegar
(uma força... que abra os olhos e o peito à procura de luz e proteção. que escancare uma liberdade de amor que aplaque as dores, as falhas... que permita a aceitação das gotas que suprem sua necessidade vital, de um jeito "quase" generoso... não fosse a distância entre essa compreensão e a fome dos sentidos...)