sobre "quando nem se quer o amor..."

(nem se sabe o tamanho da sua fome... até que lhe falte o alimento)

há qualquer coisa que acontece lá dentro

onde já não é pensamento ou juízo perfeito

há qualquer coisa desfeita...se amarrando

e dando nós...de um jeito difícil de desatar

há um canto perdido...onde escondes o olhar

há um grave abandono...

um esquecimento...

quase uma indiferença

há uma prece contornando os lábios

antes no peito, no coração...

e há uma saudade desenhando sonhos

...incontáveis esperas...

desalinhando horizontes

há um vento desatento

que vai... sem nunca chegar

(uma força... que abra os olhos e o peito à procura de luz e proteção. que escancare uma liberdade de amor que aplaque as dores, as falhas... que permita a aceitação das gotas que suprem sua necessidade vital, de um jeito "quase" generoso... não fosse a distância entre essa compreensão e a fome dos sentidos...)

Rose Rocha
Enviado por Rose Rocha em 23/05/2014
Reeditado em 23/05/2014
Código do texto: T4816843
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